Felizes,
Os que têm vitórias
Forjadas no altruísmo da liberdade.
Encanto perene,
Conquistado com o sangue dos que a sonharam…
…Vêm, então,
Dias de plena quietude,
Ancorados ao gargalhar dos afectos
Que nutrem o chão;
Somos já crianças,
Melodias anciãs
Que anunciam amanhãs…
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
sábado, 6 de outubro de 2007
terça-feira, 25 de setembro de 2007
domingo, 23 de setembro de 2007
terça-feira, 4 de setembro de 2007
domingo, 2 de setembro de 2007
domingo, 12 de agosto de 2007
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
terça-feira, 24 de julho de 2007
O Cavalo de Mouzinho - Rui Knopfli
Ironicamente, o herói colonial defendeu
e ajudou a fixar as fonteiras do país
que havia de converter-se em pátria alheia.
Décadas volvidas, caía uma chuva miudinha,
segundo consta, apearam-lhe a estátua
do alto plinto. Caía uma chuva miudinha,
mas os sr. Alberto Massavanhane garante,
solene e com ar grave, talvez com um nó
na garganta, que não, não era só chuva
e que, mesmo de bronze, até o cavalo chorava.
e ajudou a fixar as fonteiras do país
que havia de converter-se em pátria alheia.
Décadas volvidas, caía uma chuva miudinha,
segundo consta, apearam-lhe a estátua
do alto plinto. Caía uma chuva miudinha,
mas os sr. Alberto Massavanhane garante,
solene e com ar grave, talvez com um nó
na garganta, que não, não era só chuva
e que, mesmo de bronze, até o cavalo chorava.
sábado, 16 de junho de 2007
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Poemas da Ciência de Voar - de Eduardo White
Uma mão relampeja na casa da escrita.
Faísca Troveja.
Procura um claro instante para a aparição.
Pode-se vê-la correr pelo dorso do papel,
deitada do seu lado ou do seu modo rastejante,
pode-se vê-la provando o ruminante delírio das palavras,
a sua rasante arrumação,
e leva vozes aquela mão em cada delicada passagem,
rítmica, latejante
ou um nervo animal que faz lembrar a textura pedestre do papel.
Mas a mão voa, explosiva,
e não cai nem agoniza no espaço vibrante onde se comunica.
Voar é um fervoroso recolhimento.
E no que é quase a medida elementar do esquecimento
a escrita navega
num estuário de silêncio.
Escrever é uma droga antiga,
uma bebedeira que queima com lentidão
a cabeça,
traz as luzes desde as vísceras,
o sangue a ferver nas vias tubulantes,
traz a natureza estimulante das paisagens
que temos dentro."
...
Ocorre-me agora
a pupila minúscula de uma criança.
A sua engenharia
desde o corpo na guerreira pequenez
ao dedo provador da boca.
Ocorre-me esta criança
este monge da franqueza em seu templo de inocência.
Amo-a. Vivo-a.
Voar é poder amar uma criança.
Sonhar-lhe o peso no colo, as mãos acariciantes
sobre a palma da alma.
Voar é tardar a boca
na rosa do rosto de uma criança.
Pronunciar-lhe a ternura,
a seda fresca e pura
da sua infância.
Voar é adormecer o homem
na mão sonhadora
de uma criança.
Faísca Troveja.
Procura um claro instante para a aparição.
Pode-se vê-la correr pelo dorso do papel,
deitada do seu lado ou do seu modo rastejante,
pode-se vê-la provando o ruminante delírio das palavras,
a sua rasante arrumação,
e leva vozes aquela mão em cada delicada passagem,
rítmica, latejante
ou um nervo animal que faz lembrar a textura pedestre do papel.
Mas a mão voa, explosiva,
e não cai nem agoniza no espaço vibrante onde se comunica.
Voar é um fervoroso recolhimento.
E no que é quase a medida elementar do esquecimento
a escrita navega
num estuário de silêncio.
Escrever é uma droga antiga,
uma bebedeira que queima com lentidão
a cabeça,
traz as luzes desde as vísceras,
o sangue a ferver nas vias tubulantes,
traz a natureza estimulante das paisagens
que temos dentro."
...
Ocorre-me agora
a pupila minúscula de uma criança.
A sua engenharia
desde o corpo na guerreira pequenez
ao dedo provador da boca.
Ocorre-me esta criança
este monge da franqueza em seu templo de inocência.
Amo-a. Vivo-a.
Voar é poder amar uma criança.
Sonhar-lhe o peso no colo, as mãos acariciantes
sobre a palma da alma.
Voar é tardar a boca
na rosa do rosto de uma criança.
Pronunciar-lhe a ternura,
a seda fresca e pura
da sua infância.
Voar é adormecer o homem
na mão sonhadora
de uma criança.
Ao Luís Bernardo Honwana - de Sebastião Alba
Embora cravado por
uma réstia de sol ao meu umbigo
quase tudo em mim é obra alheia
alguém exímio colocou
no pendor de elevados
textos as suas armadilhas
deformidades tolhem o avanço
em que porejo não o ódio mas
ressentido amor.
uma réstia de sol ao meu umbigo
quase tudo em mim é obra alheia
alguém exímio colocou
no pendor de elevados
textos as suas armadilhas
deformidades tolhem o avanço
em que porejo não o ódio mas
ressentido amor.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
terça-feira, 12 de junho de 2007
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Sem Titulo - de Virgílio de Lemos
O pêndulo entre a doçura e o sangue
balança entre a criação
e a morte.
E os monstros marinhos despertam
e povoam ter corpo interior
de dragões...
Na noite confundidas com as estrelas
cintilam palavras
que aguardam teus vorazes dentes
e teus beijos perversos.
balança entre a criação
e a morte.
E os monstros marinhos despertam
e povoam ter corpo interior
de dragões...
Na noite confundidas com as estrelas
cintilam palavras
que aguardam teus vorazes dentes
e teus beijos perversos.
quinta-feira, 7 de junho de 2007
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Nudez - de João Fonseca Amaral
As lágrimas
Deixaram rastros molhados
E depois partiram para Além;
Os sentimentos
Fizeram-se em pó,
Que o vento dispersou por aí;
As minhas ânsias loiras
Calçaram as sandálias de viajante
E partiram para longe
Oh! todos estes ingratos fugitivos
Me deixaram assim nu
No Grande Cruzamento!
Deixaram rastros molhados
E depois partiram para Além;
Os sentimentos
Fizeram-se em pó,
Que o vento dispersou por aí;
As minhas ânsias loiras
Calçaram as sandálias de viajante
E partiram para longe
Oh! todos estes ingratos fugitivos
Me deixaram assim nu
No Grande Cruzamento!
sábado, 2 de junho de 2007
Sem Título - ADN Amaral
A tarde soçobrava à vertigem do tempo.
Ali reencontrei o caminho dos meus passos.
Hora de mordomias cinzeladas pela longa ausência,
Risos de àgua a chapinhar,
na imprecisa geometria das recordações.
Somos verbo desconstruído,
Renascido da indelevel pena,
Que marca o chão
Àvido das nossas crianças.
Ali reencontrei o caminho dos meus passos.
Hora de mordomias cinzeladas pela longa ausência,
Risos de àgua a chapinhar,
na imprecisa geometria das recordações.
Somos verbo desconstruído,
Renascido da indelevel pena,
Que marca o chão
Àvido das nossas crianças.
Sem Título - ADN Amaral
Ao entardecer,
Quando o sol se confina ao mar,
Persigo a brisa d'Abril,
Primavera dos errático dias,
que a loucura expandiu.
Escvravo da cidade,
com a alma povoada de micaias,
canto lírios pelas searas encantadas.
Quando o sol se confina ao mar,
Persigo a brisa d'Abril,
Primavera dos errático dias,
que a loucura expandiu.
Escvravo da cidade,
com a alma povoada de micaias,
canto lírios pelas searas encantadas.
sexta-feira, 1 de junho de 2007
Sem Título - ADN Amaral
Digo palavras que aram múltiplos universos.
Cânticos de outrora irrompem no futuro das folhas, alforriam a ventura inteira e traçam o passo inquebrantável dos nossos passos.
Anseio deglutir cada grama nossa infância, pó primordial de viagens infinitas e berço inamovível da liberdade que refulge no ventre desta terra que amo.
Amor implacável que arrebata o rumo da cidade percebida em recantos inesperados.
Danças, ventres, requebras, olhos, espantos, mosteiros.
Cheiros das mil e uma noites, dizíveis na calçada que a ilumina.
Anseio deglutir cada grama nossa infância, pó primordial de viagens infinitas e berço inamovível da liberdade que refulge no ventre desta terra que amo.
Amor implacável que arrebata o rumo da cidade percebida em recantos inesperados.
Danças, ventres, requebras, olhos, espantos, mosteiros.
Cheiros das mil e uma noites, dizíveis na calçada que a ilumina.
quinta-feira, 31 de maio de 2007
Praia - de João Fonseca Amaral
O mar trouxe-me escombros,
Mastros, velas,
Farrapos de coisas belas,
Fantasias, assombros...
Tudo o mar me trouxe
Até uma lágrima de mulher
Guardada em desgastado relicário!
...........................................................
Vinde coisas corroídas,
Vinde à minha praia
Que eu vos esperarei alvoroçado.
Mastros, velas,
Farrapos de coisas belas,
Fantasias, assombros...
Tudo o mar me trouxe
Até uma lágrima de mulher
Guardada em desgastado relicário!
...........................................................
Vinde coisas corroídas,
Vinde à minha praia
Que eu vos esperarei alvoroçado.
Sem Título - ADN Amaral
Percorro a cidade límpida e aberta, como fazedor de paisagens, outrora palco das caminhadas pressentidas no rio que a criou.
Sou água, maresia, pó dos que a fizeram e represa dos que a habitam.
Conheço a vertigem dos dias que a deglutiram e o desejo de respirar as arcadas que a sustentam.
Não possuo o espaço mas na abóboda que a antecede revejo caminhantes que a tiveram.
Então, de copo na mão, balbucio o princípio dos nossos passos na calçada fundadora.
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