sexta-feira, 26 de março de 2010

Os metros são silenciosos

Súbitamente
Passos desajeitados
Antílopes graciosos
Cruzam-se na interrogação dos olhos
Represam a essência da laranja
como dunas sedentas de vento
Perfumadas com a framboesa do chocolate

O telefone toca
O auscultador permanece pousado
Não queres escutar

O vento de Março
invade as frestas da janela
Tráz seda
ou porto de afectos?
De manhã
o arco-íris dos olhos
que respiram pinheiros
Bom dia
Sigo para o deserto
O café
espera que o bebas
Arqueologia do futuro
ou insónia d'água?